Desbloqueando o potencial dos dados em serviços financeiros — uma mesa-redonda com executivos financeiros seniores

Na era da digitalização rápida, as organizações orientadas por dados estão superando seus pares. As empresas não podem, portanto, se dar ao luxo de ficar para trás com ferramentas e estratégias desatualizadas. Mas e quanto a um setor tão fortemente regulamentado quanto o de serviços financeiros? Como as instituições de serviços financeiros podem iniciar a jornada pelos dados e ainda manter a conformidade com as regulamentações pertinentes?

Para buscar respostas, executivos seniores de serviços financeiros se reuniram na mesa-redonda "Desvendando o potencial dos dados nos serviços financeiros". O evento foi organizado pela Jicara Media e realizado por Rackspace Technology® e Amazon Web Services (AWS).

De acordo com Shwetank Sheel, diretor de vendas de serviços de dados para APJ na Rackspace Technology, os bancos estão enfrentando uma mudança drástica nas expectativas dos clientes, que desejam experiências semelhantes às das redes sociais. Mas isso exige dos bancos usar quantidades crescentes de dados para impulsionar as transformações dos negócios e, ao mesmo tempo, continuar cumprindo as demandas regulatórias e internas.

Sheel comenta: "A necessidade de os clientes terem uma experiência semelhante à do Facebook quando interagem com os parceiros financeiros gerou uma mudança radical que está acentuando a necessidade de transformação nos dados".

Desafios concretos dos executivos financeiros com os dados

À medida que as organizações ampliam seus negócios, a quantidade de dados à disposição delas também se multiplica. A questão do que deve ser feito com esses imensos volumes de dados — especialmente no que tange a equilibrar o acesso a eles com as regulamentações de privacidade — é uma preocupação crucial para um banco de investimento global.

Um executivo de TI do banco de investimento afirmou: "Quando se trata de providenciar acesso aos dados, estruturá-los é uma grande dor de cabeça. Os desafios estão no acesso e na privacidade dos dados. Naturalmente, ficamos sempre de mãos atadas. Por conta das várias regras e regulamentos e do que me é permitido fazer, é sempre uma dificuldade."

No caso de uma grande seguradora no Sudeste Asiático, a questão era de centralização e descentralização de dados. O CIO da seguradora afirmou digitalizar todos os documentos. No que diz respeito aos dados de origem, eles dispõem de repositório centralizado com armazém de dados e ferramentas analíticas.

"Estamos sempre oscilando entre centralização e descentralização", disse o CIO. "Inicialmente, tudo era descentralizado. Agora, gradualmente, começamos a centralizar os dados. Quando o volume explodiu, surgiram vários outros desafios. Já estamos novamente olhando para a descentralização."

Em relação às operações de Singapura, o CIO disse que eles não estão usando "tantos dados" no momento. Consequentemente, acreditam que a centralização é a abordagem certa atualmente. Entretanto, de acordo com um de seus decisores seniores de TI, a complexidade está entre os principais desafios de dados enfrentados pelo grande banco internacional sediado em Singapura.

Lidar com silos e mais silos cheios de dados

"Uma de nossas principais preocupações são os dados legados que nos são passados por vários mercados e clientes, em vários meios e formatos. Padronizar e modelar os dados é importante, mas como integrá-los à infraestrutura multicloud? E como apresentar a democratização dos dados ao cliente?"

Para uma empresa de valores mobiliários sediada em Singapura, as antigas práticas do setor agora entram em conflito com as leis de privacidade, principalmente no que diz respeito aos silos de dados. De acordo com o líder de arquitetura corporativa, eles não estavam muito interessados em usar dados do passado.

"Havia silos e mais silos cheios de dados. Com o maior rigor nas regulamentações, estamos enfrentando agora desafios de consentimento, por exemplo, voltando às contas do Google® dos clientes, desde quando a estrutura regulatória ainda não estava estabelecida. Então, ter que retroceder em grande parte desse consentimento, documentá-lo e garantir que o conteúdo e o consentimento sejam alcançados foi algo que impregnou todos os nossos sistemas legados, que também ainda estão em silos."

Democratizar o acesso e a adoção dos dados entre silos

Uma questão igualmente urgente que os executivos financeiros enfrentam é como democratizar o acesso e a adoção de dados em todos os departamentos. A Moody's Analytics, que trabalhou com a Rackspace Technology nessa questão, contou como foi sua jornada de dados.

Louis Chapman, diretor sênior de análise preditiva, estratégia de produto e operações da Moody's Analytics explicou: "Quando a Rackspace Technology embarcou conosco, o primeiro desafio que nos ajudaram a vencer foi: como tornar nossos dados apresentáveis para quem for usá-los? Esse era um grande problema para nós. Se você puder tornar sua camada de apresentação intuitiva, resolverá muitos problemas."

Chapman ainda complementou: "As pessoas talvez achem que esse é um problema de documentação. Que é preciso fazer reuniões para discutir isso. Que é preciso criar vídeos e divulgá-los em toda a organização. O ponto principal é que o design da camada de apresentação precisa ser intuitivo, e você precisa ser capaz de enviar os dados corretos. Portanto, o que estamos fazendo é pegar um amontoado de dados, coletá-los por um longo período de tempo e sintetizá-los em algo que seja simples."

De acordo com Sheel, a maturidade da organização desempenha papel fundamental na colaboração de dados. "Quando uma organização de dados é devidamente fundamentada e compreendida, a gente normalmente se entrosa com eles como um par de mãos adicionais. É basicamente assim que trabalhamos com a Moody's. No geral, eles sabem o que querem alcançar."

Sheel comenta que eles geralmente se entrosam com organizações de dados bem fundamentadas e compreendidas como um par de mãos adicionais, citando a Moody's como exemplo. Mas quando as organizações ainda não enxergam o valor dos dados, eles tipicamente avaliam-lhes a importância, muitas vezes recomendando que comecem aos poucos para determinar possíveis casos de uso. Por exemplo, ele sugeriu a uma seguradora, como um possível caso de uso, usar análises gravadas para melhorar sua IVR, com um grande retorno sobre o investimento.

Reconhecer os valor dos dados e torná-los mais centrais

Enquanto isso, o modelo do Spotify também provou ser eficaz para alguns clientes, disse Hemanta Banerjee, vice-presidente de serviços de dados em nuvem pública da Rackspace Technology. "Mas como tirar as pessoas da hierarquia informativa normal para que colaborem?"

A abordagem de um cliente foi formar guildas e capítulos em torno de tópicos como Power BI, catalogar cadeias de suprimentos e aquisição de alimentos e medir a adoção de funções analíticas. Os dados foram apresentados com o uso de dashboards durante as reuniões. Isso instaurou comportamentos de cima para baixo e estabeleceu estruturas claras para as pessoas começarem a colaborar.

No fim das contas, o segredo para equilibrar os dados é a adesão organizacional, e obtê-la é uma luta para a maioria dos executivos financeiros. "Em finanças, há várias organizações que ainda estão buscando adesão organizacional e começando aos poucos, descobrindo como colocar os dados em um formato utilizável, havendo depois a questão da síntese e de como criar governança e visibilidade."

Sheel acrescentou: "Isso continua até você conseguir adesão. Em seguida, trata-se de entregar resultados que mantenham seu CEO com boa imagem. Em cada estágio da jornada, a questão é como manter o processo avançando."

A esperança da Sheel é que as empresas reconheçam o evidente valor dos dados e os tornem mais centrais em suas organizações, vindo a destinar orçamentos para projetos de dados maiores e de longo prazo.

Esta postagem foi patrocinada por Amazon Web Services (AWS).