Como as empresas podem combater as complexidades para se tornarem mestres da multinuvem
by Mahesh Desai, Chief Relationship Officer EMEA, Rackspace Technology
Tomar as decisões certas raramente é simples, especialmente quando se trata de alinhar os desafios do negócio com as necessidades da TI. À medida que as empresas se modernizam e suas operações se tornam cada vez mais digitais, a mudança para a nuvem surge como um importante passo posterior para garantir que os objetivos comerciais possam ser alcançados. Mas, ainda assim, há tantas opções de nuvem que encontrar a solução ou combinação certas configura-se um desafio assustador.
Para dificultar mais as coisas, a necessidade de fazer certo da primeira vez é, hoje, mais crucial do que nunca. Nossa própria pesquisa mostra como a pandemia da Covid-19 tem gerado preocupações orçamentárias para quase três quartos dos líderes de TI na EMEA. Dois terços desses líderes esperam aumentos no orçamento este ano (2021), ao passo que, na esmagadora maioria dos casos, os projetos de transformação digital e planos para sair dos sistemas legados se aceleraram.
Com as empresas evoluindo rapidamente, talvez de forma mais acelerada do que previam há apenas alguns anos — e, especialmente, à medida que buscam se tornar menos dependentes da tecnologia legada —, é inevitável que surjam desafios operacionais. Agir de forma ágil e decisiva é importante, assim como também o é precaver-se das armadilhas comumente decorrentes de colocar o carro na frente dos bois.
Isso resulta em inúmeros desafios para os decisores que estejam tentando estabelecer uma estratégia de nuvem adequada. Equilibrar o desejo de ser nativo da nuvem com as constantes exigências empresariais e de segurança nem sempre é algo simples. Escolher o provedor de nuvem certo ou a combinação certa de soluções de nuvem pode deixar algumas pessoas perplexas com a quantidade de opções.
Todavia, em muitos casos, a multinuvem surge como a solução mais eficaz, permitindo que as empresas usem, em simultâneo, sistemas de nuvem pública e privada e ajustem as soluções às suas necessidades específicas.
Encarando os desafios
Na jornada até a nuvem, as exigências e dificuldades serão diferentes para cada organização. E equilibrar controle e escalabilidade será sempre um tema delicado. Por exemplo, o gohenry, um serviço de pagamento por aplicativo para jovens de 6 a 18 anos, identificou gradualmente que a migração para a nuvem pública daria suporte às ambições da empresa de aumentar sua base global de usuários — uma transição que a Rackspace Technology supervisionou. Agora, o gohenry tem a solução certa de multinuvem para suas necessidades: uma combinação de nuvem pública com a nuvem privada existente, bem como as ferramentas necessárias para se adaptar a quaisquer requisitos futuros.
Muitas organizações se tornam usuárias de multinuvem por força das circunstâncias, e não de forma premeditada, possivelmente adotando a nuvem pública primeiro e depois adicionando um sistema de nuvem privada, ou vice-versa. Como resultado, descobrem não ter a combinação certa das soluções de nuvem pública e privada.
Isso pode causar um desequilíbrio, fazendo com que as diferentes partes de cada ambiente de nuvem sejam usadas de forma aquém do ideal, o que anularia o verdadeiro benefício da multinuvem. Cada carga de trabalho deve operar no ambiente mais propício a si. Perceber isso é um passo inicial de suma importância para os líderes de TI que, porventura, presumam ser suficiente ter a solução de multinuvem implantada para dar o trabalho por encerrado. Não se trata de uma atividade de ticar itens, devendo os líderes ter um plano de otimização contínua.
Deixando para trás os sistemas legados
Conceitualmente, é muito fácil associar os elementos mais novos de um negócio às tecnologias mais atuais. Por exemplo, uma empresa que se expandiu on-line pode ter as operações de comércio eletrônico hospedadas numa nuvem pública, enquanto mantém aplicativos legados em servidores gerenciados internamente. Embora a parte do comércio eletrônico, mais nova, talvez até seja nativa da nuvem, a percepção de que as operações legadas devam ser tratadas como uma entidade separada – e de que a transição dessa parcela do negócio para a nuvem provavelmente será difícil – pode muitas vezes entravar as empresas.
Na realidade, a multinuvem é perfeita para esse tipo cada vez mais comum de negócio híbrido, em que a maioria das organizações funciona on-line em certa medida. Uma nuvem privada pode hospedar os aplicativos legados, com a nuvem pública oferecendo escalabilidade e vantagens de custo. Com o tempo, esse equilíbrio e interatividade podem ser ajustados.
Esse foi o caso da varejista internacional de vestuário J.Crew, que inicialmente atualizou as operações legadas, mas logo percebeu o benefício superior que a nuvem pública traria para suas operações globais. Assim como em muitas organizações, conformidade e segurança eram preocupações primordiais e, embora a nuvem pública seja extremamente segura, a preferência foi hospedar certas operações legadas em uma nuvem privada. No entanto, ao adotar uma abordagem de multinuvem, a J.Crew pôde aproveitar simultaneamente a escalabilidade da nuvem pública para sustentar o crescimento do negócio ao redor do mundo.
Domínio da multinuvem
Não há duas organizações que tenham necessidades idênticas. Para algumas, a multinuvem talvez não seja viável. Mas, para aquelas que a escolhem pelos motivos certos, a multinuvem acabará por entregar todos os componentes necessários para que a empresa molde uma solução sob medida para suas necessidades específicas.
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