Previsões de Lee James para 2020: avaliação semestral
Que nota Lee James, CTO da Rackspace Technology na EMEA, tirou em suas previsões para 2020?
No fim do ano passado, o CTO da Rackspace, Lee James, apresentou insights sobre cinco tendências tecnológicas que ocupariam lugar central em 2020. Agora, em meados de 2020, Lee reexamina as previsões, avalia se foram precisas e conta o que tem visto dessas tendências na prática.
Estamos na metade de 2020, hora de fazer avaliações semestrais. Logo, parece ser o momento perfeito para rever as previsões sobre 2020 que fiz em dezembro e graduá-las quanto à precisão.
Previsão 1: A nuvem híbrida torna-se, novamente, a nova multinuvem
Nota: 10 de 10
A nuvem híbrida chegou para ficar. Já neste ano, vimos o VMware do Azure e o Google Cloud VMware Engine acompanharem o VMware Cloud on AWS, estendendo a nuvem privada do VMware para nuvens públicas de hiperescala. Além disso, o Azure Arc e o AWS Outposts juntaram-se ao Anthos do Google Cloud, trazendo as nuvens públicas de hiperescala para a nuvem privada.
Da mesma forma, estamos vendo os clientes se moverem em ambas as direções — do privado para o híbrido, mas também do público para o híbrido. O resumo da ópera é que os clientes precisam dos recursos que somente a nuvem híbrida pode oferecer. É a única maneira de obter o ambiente ideal na nuvem para suas cargas de trabalho. E veremos isso continuar a crescer à medida que entrarmos no 3º no 4º trimestres.
Além disso, a implantação do Kubernetes aumentou significativamente entre nossos clientes, o que faz sentido, uma vez que os contêineres fornecem certo nível de portabilidade na nuvem híbrida. Os desenvolvedores conseguem implantar código entre nuvens e ter um ambiente definido para cada aplicativo, criando previsibilidade e estabilidade e permitindo um desenvolvimento mais fácil em termos de testes.
Previsão 2: As identidades nativas da nuvem mudarão
Nota: 10 de 10
Estamos vendo as equipes de TI se transformarem em uma nova estrutura organizacional (uma organização da nuvem 3.0, por assim dizer), com esquadrões independentes trabalhando em conjunto para entregar componentes diferentes. Você tem análise de dados, engenharia de dados, aprendizado de máquina, algoritmos, computação de borda, computação IoT — e todos têm um lugar à mesa. Em resposta, lançamos este ano o Rackspace Teams, que fornece o esquadrão (ou "Pod", como chamamos) aos nossos clientes — entre os quais estão alguns dos principais bancos do Reino Unido.
Essa nova estrutura permite inovar e oferecer novas propostas de valor com maior rapidez. E isso mostrou-se ainda mais importante este ano, com as empresas tendo que fazer uma mudança repentina para o multicanal. Quanto mais dados e análises você tiver acerca dos clientes e de como eles operam, mais bem equipado estará para oferecer a melhor experiência.
Previsão 3: O fortalecimento contínuo da Borda e da IoT
Nota: 7 de 10
Observamos algum crescimento este ano, só que mais reativo do que proativo. Por conta da pandemia, aumentou a necessidade de sensores e rastreamento de infecção. E as cidades estão procurando usar dados para tomar decisões melhores e impulsionar novas experiências, como telessaúde, aprendizagem remota e acesso à banda larga. Mas, em termos de hiper-realidade e de como o futuro poderia ser, a coisa desacelerou um pouco.
Quando, por fim, voltarmos aos escritórios, será fascinante ver como os sensores de IoT serão utilizados. As potencialidades são infinitas. Em vez de monitorar apenas a ocupação das mesas, eles serão capazes de acompanhar quantas pessoas estão no escritório a cada momento. Isso significa que o gerenciamento de instalações terá que descobrir como usar efetivamente esses novos dados.
Quando voltarmos a comprar nas lojas, o setor de varejo procurará usar dados fornecidos por prateleiras inteligentes, outro exemplo de IoT, para conhecer os hábitos de consumo. As prateleiras inteligentes têm sensores que proporcionam visibilidade do estoque em tempo real, de modo que os preços podem ser atualizados em resposta à demanda, como acontece nas lojas Amazon Go.
Além disso, o crescimento do 5G é inevitável, pois o uso do telefone celular continua aumentando. Com mais de 2,5 bilhões de pessoas pelo mundo passando mais de 3,5 horas por dia no celular, a base de usuários tem tudo para chegar a 3,8 bilhões até 2020.
Previsão 4: A segurança continua sendo uma dificuldade
Nota: 9 de 10
As violações notórias de segurança estão se tornando mais constantes. Um dos principais motivos é que — como os departamentos corporativos estão se conectando a cada vez mais nuvens e produtos SaaS — está ficando mais difícil para a TI controlar o ambiente e gerar os respectivos relatórios. Por exemplo, suas equipes precisam ser capazes de ativar um novo aplicativo digital para fazer testes rápidos e, em seguida, desativá-lo. Ou usar a análise de dados para entender algum comportamento do usuário e, em seguida, desativá-la. Isso precisa ser feito da maneira certa.
Temos visto surgir uma infinidade de ferramentas e recursos para ajudar os clientes a monitorar seus ambientes. Mas ainda há trabalho a ser feito, como incorporar aprendizado de máquina e IA diretamente no processo de segurança, desde o início, como padrão do setor. O desafio é ser capaz de compreender o "normal" de cada negócio — já que, dentro de qualquer empresa, o normal pode variar.
Este ano, lançamos os serviços de segurança nativos da nuvem para ajudar os clientes a monitorar o estado de suas nuvens públicas. Isso vai além das permissões e do local de hospedagem dos aplicativos, abrangendo também a análise dos pipelines de dados e desenvolvimento.
Previsão 5: A maturidade da nuvem mudará o mercado na década de 2020
Nota: 10 de 10
Vi a nuvem evoluir ao longo da minha carreira. Em 2004, comecei minha primeira “equipe de virtualização” de nuvem, na qual implantávamos e fornecíamos infraestrutura como serviço. Lá por 2011, a nuvem já tinha evoluído para o modelo DevOps, com desenvolvedores interagindo com operações. Esse modelo de nuvem vingou em empresas como Airbnb, Fitbit, WhatsApp e Instagram.
Agora, estamos entrando na maturidade da nuvem. E o avanço dessa maturidade está ocorrendo rapidamente, com tecnologia de borda, 5G e IoT se tornando o padrão básico. Você consegue coletar informações de qualquer local, qualquer sensor, qualquer pessoa, qualquer dispositivo e interpretá-las. Há cada vez mais serviços de nuvem sendo utilizados. Mas, principalmente, mais dados sendo coletados, analisados e postos em prática.
Além disso, com os novos modelos de organização da nuvem (veja a Previsão 2), você pode ter a equipe certa para atender a essas demandas crescentes. É muito parecido com o exemplo do Fortnite que mencionei antes, no qual meus filhos atuam em equipe no jogo — usando suas diferentes habilidades, independentemente da localização de cada um.
A maturidade da nuvem está, de fato, mudando o mercado. Juntas, a tecnologia e as pessoas estão construindo o futuro em 2020. E esse futuro é empolgante.
Lee James apresenta suas previsões para a nuvem em 2020
About the Authors
Chief Technical Officer, EMEA
Lee James
As Chief Technology Officer for Rackspace EMEA, Lee James is responsible for helping customers bring value to their business through the Rackspace portfolio. Lee’s an avid customer champion and vocal about our EMEA strategy, leading the strategic development of Rackspace EMEA products and services and serving as the executive sponsor for a number of our largest EMEA customers. Lee has more than 20 years of experience leading teams across large-scale, multinational and agile-based environments. He’s been instrumental in developing and implementing DevOps practices, cloud deployments, analytics platforms, edge computing solutions, digital strategy and IT transformation solutions to deliver significant business value to customers. His prior experience includes senior roles across BP, Betfair and GlaxoSmithKline. At Betfair, Lee was responsible for delivering a DevOps-driven platform that performed more transactions than all of the European stock markets combined, each day. At BP, he was recognized for building the company's first multi-cloud platform.
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